domingo, 22 de janeiro de 2012

The Blues: Better listen it, than get it.


Me apaixonei pela trinca jazz, blues e soul na faculdade graças a um mesmo amigo que me apresentou de forma mais intensa aos filmes do Woody Allen. Diogo é um grande admirador do jazz e através de nossas conversas, minha curiosidade e interesse a respeito só cresceu. Tempos depois fiz amizade com um santista fantático, conhecedor de música erudita e blues man de mão cheia, chamado Diego Martins, que posso dizer que foi quem melhor cultivou minha vontade de ouvir o estilo musical que ele não apenas aprecia, quanto também cria. Foi numa de nossas muitas conversas que eu conheci Etta James, através de links compartilhados do youtube e me apaixonei de maneira instantânea por ela. A voz forte, profunda, por vezes passional e sofrida, conduzida por melodias suaves ou aceleradas, me fisgou no ato e eu passei a não só ouví-la ao lado de outras divas do Jazz como Ella e Billie, como também a ler e ter conversas constantes sobre ela.

Miss Peaches, como era carinhosamente chamada pela turma do jazz/blues, cresceu como filha de pai ilegítimo e nasceu na Califórnia, (apesar do que pode sugerir o apelido, já que o pêssego é a fruta-símbolo da Geórgia) começou soltando a voz ainda bem menina numa igreja batista chamada Echoes of Heaven (nada mais apropriado na minha opinião). Como é quase um clichê no mundo da música e porque não, em boa parte do mundo real, teve sérios problemas com drogas, depressão e romances fracassados que só aumentaram em intensidade suas apresentações e o caráter quase mítico de sua persona. Aos 73 anos e com um quadro de leucemia e demência, Etta deu seu último suspiro há apenas 2 dias atrás. Deixou a vida para se juntar aos arcanjos e querubins no paraíso, onde só posso imaginar que deve ter sido recebida com uma grande festa.

A arte, tal como a fé, eterniza o que a vida leva e é com certeza que afirmo que Etta James não será esquecida. Certa vez, enquanto fazia uma compra na "Telha Norte" lembro do Diego comentar que enquanto caminhava pelos corredores, os auto-falantes da loja começaram a tocar Stormy Weather na voz da diva e ele como um bom fã, sentiu nada menos que euforia naquele instante. Fato esse que representa uma alegoria perfeita ao fato de que o romance e o blues estão em todo lugar e preenchem todo e qualquer ambiente.



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Menos Luiza, que está no Canadá...

Luiza voltou do Canadá e o surto na rede social que antes era de riso, agora parece ser de culpa. Muita gente se corroendo porque o Brasil inteiro riu junto da piada, inclusive a grande "intelectualidade do facebook e do twitter" que agora endossa as palavras do jornalista Carlos Nascimento, âncora do Jornal do Brasil.


A verdade é que já fomos mais inteligentes sim, mas fomos mais tristes também. Parte da futilidade e superficialidade do que há na rede ou em programas de televisão funcionam feito uma lufada de ar fresco numa estiagem e foi gostoso rir de algo bobo assim, nem que seja só pra dar uma variada. Nem tudo é seriedade, profundidade e reflexão. Eu acho é que foi divertido toda essa avalanche de comentários sobre o tema, fenômeno típico dessa geração conectada que é a nossa. As risadas com a Luiza se espalharam mais rápido que um surto de dengue nesse verão ou a epidemia do crack nas capitais e foi delicioso rir de algo leve, bobo e livre de pretensão, só pra dar uma variada. Além do que, ainda foi espontâneo e livre de grosseria e estupidez como o comentário do Rafinha Bastos sobre o bebê da Wanessa Camargo, por exemplo.

Me lembro de uma vez ter lido uma reportagem na extinta revista da MTV que falava sobre como as festas de música eletrônica não passam muito de uma desculpa para se drogar, cujo título era: "Estão querendo acabar com o seu direito de dançar."

Pelo jeito a coisa está ficando mais séria e posso dizer: Querem acabar com seu direito de rir!

A quem a seriedade for um item de extrema importância, que caia a culpa por participar da piada, mas eu me reservo o direito de cobrar menos de mim mesma e sorrir do que é leve e superficial, já que a vida é bem como um sopro e nem tudo precisa ser tão carregado quanto um filme do Bergman.