quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sweet and tender Hooligan


Há alguns meses atrás eu fui apresentada aos livros de um escritor cuja literatura foi descrita como forte, violenta, masculina. Em pouco tempo eu decidi conferir a primeira parte das chamadas Crônicas Saxônicas, volume intitulado “O Último Reino”.

Como pra mim boa literatura é sempre composta por camadas e identificação, o que mais mexeu comigo foi algo no estilo do autor Bernard Cornwell, que constrói seus personagens masculinos sempre de maneira muito rígida, o que me fez pensar nos homens fortes, repletos de honra, bravura e dignidade, capazes de nutrir a admiração dos outros machos-alfa e arrancar suspiros das mulheres. Esses são aqueles que desafiam e instauram a paz ou a espada, mas indubitavelmente terminam com a mocinha em seus braços.

Culpem as mães, a criação cheia de mimos das avós, a pós-modernidade ou o que for, mas fato é que a figura do homem correto e bom, mas livre de frescuras que muitas vezes são de gosto duvidoso mesmo dentre as mulheres, tem sido cada vez mais considerado como item em extinção. Daí o que sobra são os bonitinhos que demoram mais tempo que a gente pra se arrumar, pedem cubas libres virgens (sem álcool) e com coca zero no bar por medo de engordar e nos convidam para ver alguma comédia romântica boba no cinema, como se fosse um convite irrecusável.

Longe de mim apoiar o machismo ou qualquer coisa que se assemelhe, mas essa coisa de cara cheio de “mimimi” me dá um pouco nos nervos. Sinto falta dos homens fortes que passam pela nossa vida (seja o avô, pai, amigos ou namorados) e nos transmitem aquela sensação característica de proteção, força e ternura. Que nos arrebatam com seus olhares de soslaio, pedem um scotch puro malte no bar e caminham de maneira confiante. Algo como um Humphrey Bogart ou o Marlon Brando como o polaco de jeitão rústico de Um Bonde Chamado Desejo, esses sim representantes do tipo que vale a pena nutrir alguma fantasia a respeito.

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